UM OLHAR ATRAVÉS DA MEMBRANA PUPILAR | A LOOK THROUGH THE PERSISTANT PUPILLARY MEMBRANE
Resumo
A imagem apresenta a persistência da membrana pupilar
no olho direito de um homem de 26 anos, assintomático e
saudável. Apresenta acuidade visual de 8/10 para longe no
olho direito e 10/10 no olho esquerdo, sem outras alterações
à observação oftalmológica.
A persistência da membrana pupilar consiste numa anoma-
lia congénita da íris, geralmente esporádica, cujo diagnóstico
é frequente em idade pediátrica, principalmente em crianças
prematuras. 1
Nos casos em que não ocorre a regressão normal da túni-
ca vasculosa lentis anterior durante o terceiro trimestre da
gestação, verifica-se a persistência de tecido remanescente
sobre a abertura pupilar, que geralmente regride durante o
primeiro ano de vida embora possa ser observada em adultos
saudáveis. 1,2
Histologicamente, este tecido caracteriza-se pela presença
de células espiculadas, pigmento e vasos sanguíneos, estando
também associado a espessamento do estroma da íris com
aumento do número de fibrócitos e fibras de colagénio. 2,3 A
sua extensão varia desde finas fibras a membranas densas e
extensas que podem ocluir totalmente a pupila, impedindo a
visualização do reflexo vermelho e condicionando o normal
desenvolvimento da função visual. 2,3
O tratamento da persistência da membrana pupilar depen-
de da extensão da membrana e grau de abertura pupilar que
esta condiciona. 1 Para além da observação periódica conserva-
dora, nos casos em que afecta a acuidade ou desenvolvimento
visual, o tratamento desta alteração inclui a abordagem farma-
cológica, através da utilização de fármacos midriáticos tópicos,
o recurso a Neodymium: YAG laser ou a excisão cirúrgica da
membrana (membranoplastia). 1,3
Apesar de, na maior parte dos casos, a persistência da
membrana pupilar estar associada a bom prognóstico visual,
tal como no doente apresentado na imagem cujo diagnóstico
foi apenas realizado aos 26 anos de idade, em alguns casos
esta condição pode ter implicações visuais graves, pelo que
é importante o rastreio e acompanhamento periódico destes
casos.
Os autores declaram que não existem conflitos de interesse
relativamente à publicação do presente caso clínico.
O presente trabalho não foi financiado nem recorreu a
fundos, públicos ou privados.
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PDFReferências
Fard AM, Asghari S, Pourafkari L, Nader ND. Persistent pupillary membrane. QJM. 2015 Sep 30. pii: hcv183.
Lambert SR, Buckley EG, Lenhart PD, Zhang Q, Grossniklaus HE. Congenital fibrovascular pupillary membranes: clinical and histopathologic
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